É tanta loucura que anda na bohemia da minha imaginação

A minha mente vagueia por aí a encontrar destinos involuntários do meu ser. Vivo sem pressa. Caminho livre. Não sou de contar os ponteiros ou observar as horas dos relógios que cravam o tempo em atrasos melodramáticos.

O meu imaginário calcula outras rotas projetadas.

Eu não fui feita para enfrentar a loucura dos milésimos de segundos, muito menos para caminhar sobre os ponteiros de horas exatas. Sou aquela que perambula pelo mundo apenas observando os detalhes que a imensidão provoca.

Tenho asas e algumas doses de loucura. Tenho tatuado em meu corpo a letra completa da canção do Cartola. Calculo o tempo cantando esse samba. Não sou feita de números. Sou composta de verbos atemporais que extrapolam as horas.

“Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver”

O meu corpo vagueia por aí a atravessar as horas, sem volta… sem pressa. A minha mente é um caminho a imaginar destinos prováveis que perambulam muito além das minhas asas.

O meu caminhar é livre. A minha imaginação é um gole boêmio a compensar os meus delírios e os atrasos de todos os meus passos.

Suzana Martins

Projeto Blogvember – Scenarium Livros Artesanais
Título do post: Katia Kastañeda (labaredas)
Participam juntos comigo: Lunna GuedesObdúlio Nunes OrtegaRoseli Pedroso e Mariana Gouveia