Em delírio me transporto ao limbo

Caí nas extremidades
das minhas palavras
arranjadas.
Tombei entre nuvens
de tempestades
que entardeciam
estremecidas no céu.

Machuquei os joelhos
fartos e cansados
das rezas absolutas
ininterruptas
de todas as minhas
letras emendadas.

Lesionei o músculo
feri a pele
rasguei a carne
costurei o verbo.

Caminhei à margem
do poema infame,
inacabado
incompleto
delirante
cheio de rupturas
e incertezas
da alma.

Caí no limbo
a transportar incertezas.
Tombei na curva
do verso incessante
desfiz a pausa
no desvario
da palavra aguda
e carreguei em meu corpo
todas as cicatrizes das
letras interrompidas.

Suzana Martins

Projeto Blogvember – Scenarium Livros Artesanais
Título do post: Katia Kastañeda (labaredas)
Participam juntos comigo: Lunna GuedesObdúlio Nunes OrtegaRoseli Pedroso e Mariana Gouveia