Entalhadas nas nervuras do corpo ser – semente – flor
Rasguei a terra
finquei meus pés no solo fértil
raízes a esparramar pelo manto
entre a crosta
a encaixar-se no núcleo
a alimentar-se da seiva
e eclodir pela esfera terrestre.
Meu corpo pródigo
latente
semente que brota
na fenda fugaz da vida.
Meu ser efêmero
caule
fruto
broto
árvore de copa frondosa
folhas alçadas ao vento
flor a espalhar pólen
e a prolongar a minha existência.
Meu ser fóssil
pulsante
sedimentar
tectônico
entalhado na rocha
arrancado da litosfera
marcado no tempo
prestes a eclodir
na imensidão geográfica
da crosta terrestre.
Suzana Martins
Projeto Blogvember – Scenarium Livros Artesanais
Título do post: Nirlei Maria Oliveira, As estações
Participam juntos comigo: Lunna Guedes – Obdúlio Nunes Ortega – Roseli Pedroso e Mariana Gouveia
Roseli
Que beleza de poema/imagem!!
Suzana Martins
Ah Roseli, muito obrigada!!! <3