Entre terra e mar

Minha alma é um olhar
no cais que encontra o infinito…
Meus passos são pés descalços
na areia sentindo o toque do mar…

Minha alma é essa tarde nublada
Ventando folhas pelo oeste do meu sentir
É esse entrelace que não cede
É essa conquista que se perde.

Minha alma é o vento gelado
nas madrugadas silenciosas.
É onda que acalma o temporal
É barco a vela que revela o cheiro do sal.

Minha alma é esse voo sem pouso
com nuvens inventando chuvas no final da tarde
E ruas desenhando poças pelo caminho
É um desatino – uma insanidade!

Minha alma é essa calmaria,
Essa tempestade, esses passos lentos
que passeiam longe da cidade…

Minha alma é desatino
é gota da água num oceano infinito
É silencio depois que a tempestade passa!

Minha alma é uma estrada
É esse céu, esse mar
Em cais onde os olhos deitam
Em busca de paz…

Suzana Martins

Imagem: pixabay.com

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