Esquecendo livros
Imagem: Luz de Luma

Imagem: Luz de Luma

E ai, vamos esquecer um livro?

“Então vamos a ideia: o BookCrossing Blogueiro começou no dia 08/11 e termina em 16/11. É assim: convidamos os amigos a separarem um bom livro e  esquecerem em algum lugar público. Ônibus, metrô, banco de praça, qualquer lugar vale. Dentro do livro deve conter um bilhete informando que aquele livro foi esquecido naquele lugar de propósito. E, quem o encontrar deve ler e depois passar o livro adiante, ou seja, após lê-lo fazer o mesmo e esquecê-lo em um lugar público e assim dar a oportunidade de que outra pessoa leia.”

Para essa blogagem eu separei dois livros: Cecília de bolso – antologia poética da Cecília Meireles e Uma biografia de Carmen Miranda por Ruy Castro. Escolhi dois lugares para deixar os livros: a praça da Biblioteca Machado de Assis e o muro de uma casa. Hoje, por aqui, o dia amanheceu ensolarado. Uma segunda-feira sem qualquer detalhe de chuva, apenas deliciosos ventos primaveris. Gosto dos dias claros para esquecer, assim, não corro o risco dos livros serem molhados – mesmo que o local escolhido seja protegido. Vai saber, né?! Enfim, nunca sabemos quando a goteira vai pingar! (rs).

Foto: arquivo pessoal

Foto: arquivo pessoal

Local 1: Praça João Olímpio Bassani – conhecida também como Praça da Biblioteca
Livro: Cecília de Bolso – antologia poética de Cecília Meireles

Que procuras?
Tudo.
Que desejas?
Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação…
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra…)
Quero solidão.

Cecilia Meirelles

Fotos: arquivo pessoal

Fotos: arquivo pessoal

Deixei o livro entre as plantas do coreto, próximo ao banco da praça. Quem sentar e/ou passar por ali vai encontrar um “livro perdido” pronto para ser lido. Dentro do livro o bilhete dizia mais ou menos assim:

Não! Esse livro não está perdido. Ele é um aventureiro, saiu da clausura da estante para conhecer novos leitores…
Leve-me com você. Leia-me e liberte-me novamente!
Não esqueça: sou um livro aventureiro, preciso de novos olhares. Não me deixe numa estante. Sou livre!
Esse livro faz parte do projeto BookCrossing Blogueiro, por isso, quando terminar a leitura, deixe-me num local seguro – estação de metrô, ponto de ônibus, ou algum lugar de sua preferência – mas, deixe-me ir. Preciso de novos olhares!
Boa leitura!

Local 2: O livro esquecido em cima do muro da casa de alguém.
Livro 2: Uma biografia de Carmen Miranda por Ruy Castro

Fotos: arquivo pessoal

Fotos: arquivo pessoal

Enquanto caminhava por uma das ruas de São Bernardo, avistei uma casa “espremida” entre prédios e construções gigantescas. Diferente de todas as casas da rua aquela parecia não se incomodar com os medos que rodam a sociedade. Por isso, aquela casa me chamou a atenção, por ser tão arcaica e ao mesmo tempo contemporânea. Uma casa livre, como os nossos livros.

Deixei Carmen Miranda em cima daquele muro baixo. A janela da casa ainda estava fechada, mas, como quem recebe cartas, acredito que quando o (a) morador (a) abrir a janela será surpreendido pela vida de Carmen Miranda. Dentro do livro, sempre um anúncio da liberdade dos livros!

Dessa vez não fiquei para ver a expressão de cada um ao encontrar o livro perdido, mas tenho certeza, que aquele e/ou aquela que encontrar irá sorrir!

*Essa é a minha contribuição para a Blogagem Coletiva do BookCrossing Blogueiro. Essa blogagem termina no dia 16 de novembro, e, se quiser participar é só esquecer um livro algum lugar público – ônibus, metrô, banco de praça, qualquer lugar vale – e registrar esse momento na página do evento no facebook (link).  Dentro do livro deve conter um bilhete informando que aquele livro foi esquecido naquele lugar de propósito. E, quem o encontrar deve ler e depois passar o livro adiante, ou seja, após lê-lo fazer o mesmo e esquecê-lo em um lugar público e assim dar a oportunidade de que outra pessoa leia.