Ele estava confuso. Sua mente percorria em momentos que arrancavam sorrisos de seu rosto, mas em questão de segundos, aquela satisfação sumia. Ele não entendia o que acontecia, apenas permitia sentir a mais secreta forma de desejo. Os seus pensamentos vagavam pelos pequenos e perfeitos momentos que o presente lhe permitiu viver… Mas suas lembranças se confundiam sem saber definir o certo do errado, o prazer do iminente perigo. O medo estava em seus olhos! Após ter percorrido as várias divisões de suas memórias deteve-se naquele tumulto sentimental. Ali parado e em desespero, olhou para o espelho de sua alma! Contemplou a sua imagem e lentamente ergueu a sua mão em direção ao seu reflexo e tocou como quem estava a acariciar-se. Nesse mesmo momento algumas palavras desagradáveis saíram da sua boca, significados que não conseguiram decifrar. Como num passe de mágica a sua expressão facial modificou-se nitidamente. Ele estava diante de um olhar mais sombrio e distante, as suas mãos tremiam e a sua boca vacilava a cada palavra terrífica que pronunciava. Impulsivamente puxou a mão para trás, justa aquela que há pouco fazia carícias em sua própria imagem espelhada, e num movimento forte esmurrou-a. O barulho foi torrencialmente forte, alto. Então os seus movimentos com as mãos seguiram repetidamente, uma depois a outra e ainda outra vez, até ter a certeza que no lugar de uma figura completa havia apenas estilhaços… Os seus próprios estilhaços, as suas próprias falhas.