Tuesday, 02/16/2010

É; ainda tenho a velha mania de datar as minhas coisas dessa maneira, por isso não se assuste. O tempo sempre passa, mas alguns velhos hábitos nunca serão esquecidos…

Gosto de recordar momentos mesmo quando o tempo ainda é escasso. Ainda cultivos as nossas cartas, então, esqueço de todos os emails… Seria muito retrógrado da minha parte? Acho que não, pois você compartilha do mesmo passado… (rs)

Mas de todos os costumes arcaicos, o de escrever em diários, esse eu perdi. Não deveria, mas não sei… Às vezes uso aqueles cadernos onde as palavras se estendem em letras altamente sofisticadas, mas nada tão parecido como nossos antigos e perfumados diários.

Meio que perdi a prática, o interesse, ou vontade. Ainda não consigo uma classificação concreta para tal sentimento. Nem sei se isso é concreto, sei que tudo é sentir! Por isso sempre falo que os rascunhos são sentimentos grifados, rabiscados, desenhados…

Mas a verdade é que estou cercada de rascunhos fragmentados em celular, guardanapos e/ou qualquer outra espécie de papel que circula por ai. Até nas sacolas do supermercado há algumas rimas mal apagadas… Um dia ou outro acabo versando algumas canções.

Porém, há dias simulo escrever e nada dá certo. É a confusão sentimental das letras que atropelam as canções. Mas hoje passei num jardim e lembrei-me de ti. Lembrei de todas as rimas, canções… Voltei no tempo onde as ondas não apagavam as letras miúdas…

Não havia flores por ali, mas a grama estava linda e as pequenas árvores destacam-se com uma cor indecifrável. Era o reflexo do sol que misturado com a chuva as deixavam coloridas. Ora verdes ora alaranjadas… Coisas do pôr-do-sol. O céu indescritivelmente PERFEITO…

Parece que o tempo não passava entre as folhas e sol, havia uma música diferente por ali e uma saudade que pingava dos meus olhos. Eu estava ali, sentada naquela grama, fazendo parte da paisagem e imaginando todos os momentos que conversávamos e de todos os planos traçados…

Em pensamentos viajei por todos os lugares e de repente à noite me abraçou… Como num passe de mágica voltei ao meu presente e aos medos que circulam no final desse verão. Ainda não consigo entender porque o tempo passou tão rápido por aqui, levando aqueles sonhos rabiscados. Foi como um vento no litoral. Uma noite tempestuosa em alto mar.

Mas o importante disso tudo é que os sentimentos não morrem, e até os velhos hábitos voltam, só porque numa tarde dessas qualquer o pôr-do-sol trouxe lembranças suas para mim… Sempre há novos caminhos e a canção nunca se cala!

Abraços eternos cheios de carinho de uma tarde dessas que a saudade nasceu junto com as palavras que engatinham até você.


Alguém.