Chovia na colina. Ao longe, os olhos de Victória tentavam decifrar as cores que eram pintadas quando cada gota de chuva caia. Um grande quadro ia buscando sua forma de acordo com o vento e ganhando cores que dependia das gotas de chuva.

Ela trajava versos e o seu sorriso era simples e bonito como aquelas madrugadas tempestuosas. Seus olhos fotografavam as mais belas nuances e nos mínimos detalhes que palavras nunca foram suficientes para descrever tamanha beleza.

Havia poesias naqueles olhos… Neles, encontravam-se uma aquarela que pintava contos, encantos, palavras que eram gravadas na areia e perdiam-se dependendo do movimento dos ventos.

As cores, indiscutivelmente maravilhosas indicavam a beleza de cada estação e uma brisa torrencialmente gelada, trazia as lembranças das poesias recitadas ao som do veraneio. Pássaros que cantavam a beleza da chuva e a simplicidade do pores de sol, mesclando-se com os pingos que caiam do céu.

Eram esses pequenos detalhes que a impressionavam. Uma poeira despida de versos onde recitavam poesias na areia. Uma cachoeira e a sua queda d’ água pintando arco-íris. Um barco solitário, ancorado no cais. Um pôr-do-sol bordado em cores onde telas jamais conseguirão reproduzir com tamanha perfeição o que aqueles olhos e pensamentos fotografavam.

Um momento mágico. Único! Pequenos fragmentos naturais que Victória contemplava ao longe, porém dentro da paisagem, e os seus lábios cantavam versos e teciam sorrisos.