“Sou de uma geração de mulheres mal comportadas!
Com pouca vocação para alegrias tímidas, quiçá soluços ou dissabores.”

(RosaMaria Roma – escrito aqui)

Sou da geração mulheres de asas.
Mulheres que não se comportam “dentro”
nem fora das regras estabelecidas.
Mulher que grita, que chora, que versa.
Mulher que briga, que trabalha, que ama…
Mulher que se arruma e se despenteia,
que pensa em amor e faz sexo, e vice-versa.

Sou da geração menina-moleca.
Menina que usa “moleca” e
moleca que usa menina.
Menina do verso invertido e
moleca sem tempo perdido!

Sou da geração menina-mulher:
Mulher que é polêmica,
que é idealista, que é mal vista.
Menina que é bem quista.

Sou da geração mulher forte e sexo frágil.
Ou da geração contrária – mulher frágil e sexo forte?

Sou da geração mulher que é tudo e não quer nada…
Mulher apaixonada!
Mulher que ama as palavras
e beija os cadernos que trazem desejos
desenhados e rabiscados em suas capas e contra capas…

Sou da geração de mulheres que vive, sonha e voa.
Mulher que é mais filha do que mãe,
que é pai e avó no mesmo instante.
Mulher que trabalha dentro e fora,
que corre contra o tempo e
que caminha descalça com o vento.

Sou da geração de mulheres
que são mulheres sem medo e sem preconceito.

Mulheres de asas fortes e frágeis,
doces e amargas,
solitárias, felizes e livres…
Sou da geração mulher sentimental, mulher ao avesso.
E se gostarem ou não de mim,
serei assim: mulher sem fim…