Incertezas etéreas
As minhas vísceras sagram,
a minha derme arde
na incerteza dos dias
e no rasgar das asas
que se apoiam em
paredes descascadas
pelo tempo.
O meu corpo
já não é mais o mesmo,
as minhas mãos doem
e as minhas entranhas
apodrecem no cansaço
que pulsa na alma.
O mundo lá fora
é o mesmo daqui de dentro.
Encontra-se absorto
em suas incertezas etéreas
e vive largado no
abismo do sem fim.
A fuga não é mais iminente;
perdeu-se a essência das coisas
ou ficou ali abandonada
no meio do caminho.
Não existe o meio
quando se está no fim.
O mundo parou ali
onde dói a alma e
onde o silêncio é apenas
aquele eco que invade
os meus ouvidos surdos.
A minha pele sangra,
a minha alma está cansada
e não sustenta mais
todas aquelas dores que
o mundo jogou em mim.
Tudo o que eu tenho agora
são as cicatrizes que pulsam
na sentença redigida
pelos olhares que julgam
saber a efemeridade da vida.
Rasgou a alma
deixou sangrar
tirou as asas
e partiu.
Suzana Martins
Mariana de Lourdes Silva Gouveia
Que lindo!
Suzana Martins
Ah menina Mariana!!! ❤️❤️