Sem determinações de tempo, escasso tempo.
“Mesmo que eu mande em garrafasmensagens por todo o mar. Meu coração tropical partirá esse gelo e irá com as garrafas de náufragos e as rosas partindo o ar.”(João Bosco – Corsário)

Encontro-me agora entre os ventos que circulam a cidade tentando desvendar os aromas que o outono trouxe até mim… Na sacada, entre músicas e ventos de outono, observo a cidade que corre lá fora. É madrugada, porém ela, a cidade, não se deslumbra com isso e continua seguindo o seu curso normal. A cidade não para, as pessoas não param. Mesmo entre chuvas, com ou sem lua, elas andam de um lado para o outro inventando histórias e finais para os seus destinos. E eu, sempre a observar, sempre a esperar por você em uma dessas madrugadas de vai e vem.
Procurando os aromas outonais, encontro as suas letras. Versos que chegam até aqui em forma de saudade… As suas palavras são sempre tão sucintas, porém, dessa vez, vejo rascunhado aqui as mudanças adquiridas durante um tempo em que eu não estive presente. Até quando haverá essa distância entre nós? Porém saiba que há um leve sorriso em meu rosto ao constatar as mudanças grifadas por ti. O outono te faz/ fez bem, não é? (rs).
Ainda é outono, mas já sinto na pele o inverno de minhas emoções.
Quem sabe é porque trago em mim a saudade estampada de ti. Está frio lá fora, está frio em mim, coisas de uma saudade que insiste em implorar pelo seu abraço. Há ventos por todos os lados e nada de você chegar até aqui. Nessa época, pelo litoral, sempre venta mais. O mar fica agitado, as ondas dançam de um lado para o outro trazendo até mim à areia como redemoinhos de saudade.
Na sacada, entre músicas e ventos de outono observo a cidade que corre lá fora, paralelo ao mar. É madrugada, porém ela, a cidade, não se deslumbra com isso e continua seguindo o seu curso normal. A cidade não para, as pessoas não param. Mesmo entre chuvas, com ou sem lua, elas andam de um lado para o outro inventando histórias e finais para os seus destinos. E eu, sempre a observar, sempre a esperar por você em uma dessas madrugadas de vai e vem. Quem sabe nossos passos não se encontram nessas areias?
E nesse temporal de sentimentos, as minhas letras perderam-se nessa missiva destinada a ti. Não culpo a saudade, não culpo nada, apenas deixei as letras encontrarem o seu caminho… Coisa de quem, paralelo ao mar, observa a cidade escorrer em estações.
Já é tarde, e mesmo sentindo o frio afagar a minha pele, eu não consigo dormir. Deve ser a sua ausência que está sempre provocando a minha insônia. Às vezes eu me questiono sobre essa dor de saudade, pois não tenho certeza se é a ausência ou a saudade que tanto me incomoda. Sei apenas que dói na alma e no papel…
Não encontro respostas, apenas deixo escorrer chuva dos meus olhos e fico aqui aguardando você chegar em estações.
Há saudades que gritam por aqui, há palavras confusas que chegam até ti!
Em minhas letras, eu não trouxe mudanças, mas trouxe nesse papel o sentimento que há muito estava guardado.
Espero o seu abraço nesse inverno.
Outro Alguém.

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