*ouvindo: Skank – Fotos na estante, clique aqui!

Entardecer primaveril e seus ventos frescos de verão.


Esqueça as datas. Esqueça o tempo. Esqueça, se possível, até as palavras. Rasgue todas as nossas cartas trocadas, nesse tempo de saudade.

Por favor, esqueça até a saudade!

Eu sinto saudades de ti. Saudades em todos os sentidos: saudade da presença, do toque, dos passeios a cavalo, das flores, dos seus olhos timidamente a me observar… Sinto saudades até da sua ausência, mas, esqueça tudo isso. As nossas notas de rodapé ficaram repetitivas. Vamos parar de falar em saudades, quero pensar e falar em nós, de nós.

É certo que sentimos saudades, mas as palavras também cansam, e elas estão cansadas de escrever o mesmo refrão em todas as cartas.

Então te peço, esqueça!

Vamos compor apenas versos e canções que descreve o nosso presente, mesmo que ele seja ausente. Vamos escrever novas missivas, mas não rasgue as velhas letras de amor.

Esqueça tudo, só não esqueça que eu te amo!

“Amor simples e direto
Entre os pássaros de barro descansando na estante”

Ontem enquanto eu passeava pelo nosso jardim lembrei-me de ti… Pensei no seu olhar refinado, no seu sorriso recatado e nas suas letras tão bem escritas numa folha de papel. Te vi por ali, passeando entre as flores, ouvindo as nossas músicas, e brincando com a chuva fina que caía. Corríamos pela grama e descansávamos na relva sob a sombra daquele coqueiro que plantamos no verão passado.

Com um leve sorriso no rosto, senti o seu aroma se espalhando pelo ar, passeando com vento. Então, de olhos fechados brinquei de fingir.

É certo que às vezes eu gosto de fingir presenças, principalmente a sua. Você sabe disso não é? – Acredito que esse fingir espanta um pouco as tardes solitárias. É o fingir você aqui que me faz bem…

E numa tarde de primavera como essa, eu finjo caminhar com você entre os parques da Cidade Luz, brincando de descobrir desenhos em nuvens… Eu e você, de mãos dadas seguindo apenas o nosso ritmo, o nosso tempo.

“Desenhei miragens tolas
Nas margens do seu deserto
E uma verdade impossível
Só pra ter você por perto”
(Skank)

E aquela tarde seguiu entre o sol de primavera e algumas sensações de verão…

Uma brisa leve, uma canção no rádio, e você por todos os lados. Alegrias e sorrisos dentro de mim que refletiam em nós.

Eu e você, em todos os lugares.

Alinhei palavras relendo os seus versos e contemplei aquelas fotografias suas que “roubei” enquanto você distraidamente conversava comigo. (rs)… Imagens ocultas, tiradas em segredo para mim…

Perco-me nesses momentos, nos meus pensamentos e em suas palavras…

Quero alimentar-me novamente da sua presença, do seu aroma e do seu calor. Quero poder ver, repetidas vezes, aquele lindo pôr-do-sol com você. Quero sentir o seu abraço, escrever na sua beleza refinada, recatada e afagar a sua pele. Quero amar você…

As minhas vontades têm pressa e eu tenho pressa de ti.

Com todo amor simples e direto,

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Outro Alguém.

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Este artigo pertence ao blog “Entre Marés”.

Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.