Meu pecado: ser poesia
Ajoelhei.
Pedi perdão.
Supliquei…
Não fui absolvida.
Era tarde:
os meus pecados foram revelados.
Fugi.
Rasguei os versos.
Fui ser chuva forte.
Tive um ataque de lirismo.
Cai.
Fingi serenidade.
Corri. Tropecei.
Era o fim.
Ajoelhei. Pedi perdão.
Era tarde.
Revelou-se o meu pecado
nas entrelinhas do poema.
Fui condenada: escrever em solidão.
Suzana Martins 11/2014