Gosto de apreciar as nuances do dia quando os raios solares rasgam as nuvens em perfeita harmonia com o vento. Ou, quando em sua despedida, abraça o horizonte magistral exibindo cores que provocam arreios, versos e outras lembranças que preenchem o momento.
Minhas Marés
Fevereiro está de partida. É muito raro eu pensar nas despedidas de determinado mês, mas hoje decidi ficar aqui a observar alguns finais.
Alice uma voz nas pedras é uma narrativa daquelas que ultrapassam as páginas e apresenta personagens que habitam e existem além da história.
Deixa a chuva cair /inundar tempestades /desaguar a paz do sol /que importa? /os meus abandonos /acesos /imersos /intensos /a guiar a cidade vazia.
Percebo-me na gota suave / do teu suor / na tua pitada de sal / nos teus grãos de areia / na tua pele solar / e nos teus lábios / a confidenciar maresia.
O vento, a brisa, o azul, as cores e as temperaturas abstratas a absorver nuances minhas esquecidas nas areias da praia revelam a minha aparência concreta de existência e vontades.