Agosto sempre foi um mês inerte em minhas estações. Nunca esperei por ele ou pelas nuances desenhadas naquela folha do calendário. A página virou. Talvez agora eu termine aquelas poesias inacabadas que deixei acumular em tantos agostos esquecidos.
Minhas Marés
Do lado de fora /
o meu eu visível /
manifesto /
transparente /
aparente
sanguíneo /
pulsante /
ardente /
desfeito em mil pedaços /
do que um dia eu fui.
Um livro para ler de uma vez só e deixar cada palavra acariciar o mais nobre e doce dos sentimentos.
A escrita da Mariana Gouveia é leve, aromática e envolvente. Colcha de Retalhos é o afeto que pulsa em palavras ao contar uma história doce e poeticamente bem desenhada.
Ajoelhei. Pedi perdão. Era tarde. Revelou-se o meu pecadonas entrelinhas do poema. Fui condenada: escrever em solidão.
Profissão: Escritora é para ler em companhia de uma xícara de chá, ouvindo uma boa música e com grafite em mãos anotar detalhes em cada página.
Eu não sei precisar quando comecei a colecionar folhas. Sei apenas que elas chamam a minha atenção quando estão deitadas em alguma rua-asfalto-paisagem. Por mais que eu tente, não sei narrar quando – pelo meu caminho – esses detalhes cheios de nervuras, largados no chão, despertou o meu contentamento. Acredito