A rua enfeitada de outono, logo após a enxurrada, recita o verso nostálgico que um dia escrevi em esquinas paralelas. E, no silêncio das horas, a estação suspira esperança essas rasuras perfumadas que escorrem entre os meus beirais.
Minhas Marés
Lá fora o céu desenha todas as nostalgias de um domingo chuvoso. Aqui dentro embriago-me com os versos daquela que suspira outono. Uma letra na folha, outro verso a perfumar café e o vento a reinventar saudades.
A medida que o dia rompe o silêncio, natureza e cidade se une e detalha o azul na essência da cor. Agosto está a gosto em mim.
A cidade, em seus detalhes urbanos, oferece nuances que atravessam as minhas letras fotografadas.
Imagino um céu de formas antigas e novas a se confundirem no infinito dos olhos meus… Adeus dia! A noite já reza seu canto-chão…
Enquanto caminho pelas minhas memórias procuro, dentro do presente, pretéritos que ainda arrepiam a derme e lembranças perfumadas. É como sentir os meus pés flutuar pelos trilhos daquela velha estrada de ferro, onde brincávamos nas tardes de outono.