não dá para ser perfeito com defeito humano já vem ser: traço falho

Na imperfeição das minhas letras
há acúmulos solitários
dos verbos que deixei
refletidos na outra face.

Palavras falhas,
resolutas
que ecoam além
dos fragmentos
incertos da minha voz.

Inacabado é o meu ventre
vazio, oco,
superficial
que na palidez selvagem
reverencia a solidão das coisas
a pulsar além da carne.

Imperfeita que sou
deixo traços meus
espalhados pelas
páginas desertas
a acumular sentimentos
e sensações que
atravessam o corpo.

Suzana Martins

Projeto Blogvember – Scenarium Livros Artesanais
Título do post: Rozana Gastaldi Cominal (Mulheres que voam)
Participam juntos comigo: Lunna GuedesObdúlio Nunes OrtegaRoseli Pedroso e Mariana Gouveia