A madrugada tem a sua beleza indescritível, uma beleza própria inventada com a dedicação dos versos. Quando chove, as luzes da cidade misturam-se em gotas proporcionando cores que só a noite consegue transmitir e sentir. Entre os pingos de chuva, os ventos de uma noite fria, reinventam a tal nostalgia de inverno em um cansado outono de lembranças… Os espaços de um dia inteiro rasgam o cansaço e inventa estrelas num céu que sob chuva, transmite o brilho das constelações. É madrugada, e quando desligo o dia, num outono de chuvas de inverno, sinto cair em cima de mim gotas de fantasias, e assim, perco a lógica do tempo. Nessa mania de contemplar momentos, escrevo palavras que ultrapassam as luzes de um negro véu que cobre a lua. Inventei até conversas íntimas com as nuvens que ficaram presas no jardim de uma madrugada tempestiva. Calei em flores e deixei a madrugada falar num sono que estava por vir entre as gotas de chuva que pulsavam em mim…

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