Nossas Marés apresenta: @priscilacaliga

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Re-convite: Priscila Cáliga

“A menos que soubesse para o quê
Estou desorganizada porque perdi o que não precisava?”
Lispector, Clarice

image (imagem do google)

Georgiana com o corpo exausto, oxigênio por um fio e ao som do calor dos minutos sem tempero, não lavara mais sua pele ao perfume das flores. As horas tão doloridas das falácias remoídas, re/constatadas, retratavam sua tinta num curso de alicerce congelado. Com outra plumagem. A borda da xícara em outra forma, e que não haveria semear abundante de paisagens à vista.

A busca e entrega já não uniria pedaços e o quebra-cabeça da vida convictamente, jogado pela sacada. São cenas do espetáculo em luto. O que tanto amara abolida agora. Literalmente, incrédula na metafísica da linguagem. Desaprendera requintar o reflexo da alma cadenciada, que proclamava esperança no confronto/conforto lírico.

Seu olhar focara-se na sequidão dos pomares, tomado como decreto, dado a cegueira instalação à autonomia. Uma funcionalidade que a retirava da essência do interior em artista real; sentido multifocal. E no apenas limitar-se a escuta das palavras que passavam. O trovões que gritavam identidade com tentativas de desinquietá-la do estado cômodo, ignorados. Algumas vezes até sabotados por causa do crescimento de sua resistência. O viver passivo e doentio: predominância!

Ela que hipnotizada na montanha desenhada de folhas amareladas, de momento em momento queimados, e com lágrimas na garganta, não absorvera a luz que por uma fresta mínina dava sinal de salvação. Pois seu espaço estava inteiramente tomado de escuridão. O que havia levado-a em mãos nesta postura e visão, já contaminara a próxima primavera. Ao silêncio e angústia.

Canteiro Pessoal

“O quarto é retrato de nossa alma.”
(Priscila Cáliga)

Conheça os caminhos dessa escritora de almas: Jardim Secreto!