Nossas Marés e ‘suas paulinisses’

Algumas ‘paulinisses’, outras histórias, alguns tantos sentimentos, reflexões, humanidade e tantas outras letras compostas por alguém que tem verdade em palavras. O convidado de hoje da coluna Nossas Marés traz um pouco de cada coisa em suas letras.

Apresento aqui, no Nossas Marés, o Eraldo Paulino e todas as suas outras ‘paulinisses’. Bem-vindo, Eraldo!!

image Até darmos o próximo passo…

Rosa Luxemburgo disse certa vez que somente quem se movimenta sente as amarras que o prendem, e estive pensando muito nessa frase ultimamente. Mas não tenho refletido pelo viés de quem acredita que as pessoas deveriam ser mais conscientes e consequentes; quer dizer, acredito nisso, mas na verdade o que tem me invadido esses dias é justamente pensar que se movimentar de qualquer jeito pode fazer com que achemos que estamos livres, mas nunca estivemos tão presos.

Penso que dois segundos depois que a liberdade se estabelece como uma condição estática automaticamente ela se transforma em prisão, quer dizer, não estou partilhando aqui a visão mórbida de que a liberdade é uma mentira, e sim a visão ensolarada de que só vive plenamente quem não teme a morte, só ama quem não teme a dor, afinal de contas, não há melhor alegria que lagrimar de gargalhar. O que é o caminhar, se não um passo após o outro? Engana-se quem pensa que a caminhada é feita de origem e destino. O caminhar é feito acima de tudo de um passo após o outro, e às vezes esquecemos o quanto é revolucionário cada passo que damos, como foi difícil perder o medo de estar ereto, sequenciar passo por passo estando eretos correndo o risco de cair no chão. As vezes nos movimentamos, nos incomodamos, saímos heroicamente da condição de acomodados mas isso não basta para sairmos do lugar.

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Na verdade, ultimamente tenho pensado que até darmos o próximo passo, sempre estamos parados.

Eraldo Paulino

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