O Amargo de Victória!
A cama estava bagunçada, os lençóis desdobrados e jogados no chão, tudo indicava que aquela tinha sido uma longa noite de amor… Mas quando Victória despertou, percebeu que estava sozinha e seu coração estava completamente machucado. Então, levantou-se e fora tomar o seu café, sentiu apenas o gosto amargo da vida e percebeu que a sua companhia era a solidão. Procurava um alguém em todos os cantos da casa, mas o que lhe restara eram apenas boas lembranças e momentos felizes. Naquele momento ela percebeu que os seus lençóis estavam desgrenhados porque ficara a rolar de um lado para o outro da cama tentando entender o que havia acontecido. Vick não podia acreditar que estava sozinha, se entregou corpo e alma a um amor, mudou planos, rumos e rotinas. Passou a acreditar que podia ser feliz e que os sonhos se realizam… Tantos planos, tantos sonhos, todos jogados ao vento e ela não conseguia entender o porquê daquela situação.

O que está acontecendo? Ontem estávamos tão bem! Nos amamos, nos falamos… mas depois de um dia sem contato, você começou a me julgar e a pré-dispor condições. Realmente não consigo entender o que está acontecendo… aquele ‘oi’ frio, gelado e amargo me fez perceber que as coisas desandaram, esfriaram e ficaram simplesmente amarga como fel. O que está acontecendo? Por que será que é tão difícil acreditar que as pessoas mudam? Por que é complicado entender que o amor modifica? Se houve mudança, é porque há amor… então é fato, você não acredita no meu amor!!! Quero poder acordar ao seu lado, bagunçar os lençóis e adoçar tudo que está ao nosso redor, porque com você ao meu lado tudo é doce e quente! Procuro entender a tradução do que é o amor, mas realmente eu não consigo, parece que tudo não passa de ilusão, sonhos perdidos, palavras sem sentido…

Era tudo o que conseguia pensar e conversar com a solidão. Pensamentos soltos, conversas… tanta coisa… e a resposta que tinha, era apenas solidão. Ascendeu um cigarro e continuou a balbuciar palavras que só ela mesma entendia…

“Café amargo,
vida amarga,
lençóis desgrenhados,
fumaça sobre os olhos…
Talvez essas sensações traduzam o amor!
Café frio,
amargo!
Solidões, desilusões…
apenas sinto correr em minhas veias
o gosto do fel
e quem foi que disse que o amor é igual ao mel?”

Este artigo pertence ao blog “Entre Marés”.

Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.