As pessoas olhavam as nuvens que se formavam em alto mar. Contemplavam o horizonte que  no seu infinito misturava-se céu e mar tornando-se únicos. Observam os barcos ancorados no cais, o entardecer, o amanhecer. Ondas que vem e vão… A beleza do infinito é incontestável: o mar, o céu, tudo em sua plenitude transforma-se em cada olhar… Cada um pode apreciá-lo de maneira diferente. Os olhares mesclam-se em pensamentos que ora mostram-se felizes, ora tristes.

E como um coadjuvante, Pescador admirava as pessoas que contemplavam aquela paisagem e procurava de alguma maneira desvendar o tal mistério existente nos pensamentos daqueles que espiavam aquelas águas onduladas. Cada olhar, cada lágrima, cada sorriso… era tudo tão lindo, tão especial, tão poético. Os olhares perdiam-se na beleza constante do encontro das águas com o infinito… Diariamente viam-se pessoas sentadas ou apenas passavam por ali e perdiam-se naquela maravilha sentindo-se único. Encontrava-se com toda beleza, com a natureza, com a magia. É o encontro de mundos, de sonhos, de destinos…

O mar que inspira, que acolhe, que ensina é o mesmo que alimenta a alma. Os olhares se dividiam em alegrias, outrora tristeza, ou às vezes num misto de pensamentos inexplicáveis. Admiração! Ele não sabia quem estava triste ou feliz. O que passa na mente e coração de cada um será sempre um mistério, o fato é que toda essa cena baseia-se na contemplação do infinito!


(Olhando as cores do Infinito) *
 

* Foto by, Suzana Martins. Contemplando o infinito numa viagem de pensamentos, voltando de Arraial D’Ajuda. (Na balsa).