Chove no silêncio / das minhas letras / abstratas / esse sentir ambíguo / a consumir a minha derme / que pulsa além das cores.
Caminhei à margem / do poema infame, / inacabado / incompleto / delirante / cheio de rupturas / e incertezas / da alma.
Hoje o dia estava azul, a cor da quietude, como gostavas de dizer. Tudo me fez pensar de ti. Cada detalhe de sol. Cada perfilar de nuvens... e até mesmo o aroma de orvalho ao amanhecer.
Imperfeita que sou / deixo traços meus / espalhados pelas / páginas desertas / a acumular sentimentos /e sensações que /atravessam o corpo.
Não há pressa na contemplação dos espaços. Na calmaria do ar, ouço ecoar o silêncio que escorre na metade de cá do universo. Um céu negro. Traços de planetas a cintilar pela via láctea. Sombras a bordar a paisagem. E pequenas gotas de tempo a ultrapassar a órbita das coisas.