As minhas palavras já não mais são escritas, são reescritas ou faladas… Sinto-as como se fossem ventos que dançam entre as folhas secas de um outono que acabou de chegar…

Em meus lábios há sorrisos de saudade, há sonhos em meus olhos e no coração há esperança dos momentos outonais que se aproximam. As folhas viram brinquedos, passos ou compassos de música com voz melodiosa. É chuva inversa, é verso em meio ao reverso.

Em dias assim, as palavras correm ludicamente dos dedos como se estivessem procurando a cumplicidade ou apenas algum lápis de sentimentos que vão enfeitando e colorindo as formas de outono.

Dou voltas infindas nesses rabiscos e deixo o corpo acompanhar o compasso e os ventos que por aqui passeiam.

São doces empatias, dos risos e da ternura, qual rio a olhar para o mar. Então, assim vou reescrevendo até que as palavras dancem na chuva e o vento as leve ao destino que não sei se tem.

Abraço esse outono com as palavras onde o frio já se sente. São esses os arrepios dos meus dias de sol e do verão que se vai e daquela melancolia inevitável.

Hoje, dia de chuva ao avesso, dia de pés descalços e das ondas que fazem curva de afeto. Todas essas sensações juntamente com as minhas palavras, desejam felicidades ao outono que começou a sorrir…