Aos poucos vou conhecendo os meus, os teus e o nosso silenciar de cada dia. Sigo reconhecendo todos os tipos de silêncio, e com isso, misturo algumas soluções, revelo alguns sons digitais, dissolvo outros solventes que pouco a pouco vão sendo diluídos no barulho que vem lá de fora, ou até mesmo lá de dentro, com o pulsar sentimental do coração. Cada silêncio vai sendo filtrado de uma maneira diferente.

Aos poucos vou reconhecendo o som de cada um. Entretanto, viajo no som do teu silêncio junto ao meu. Descobri até a cor de cada um deles, e o tamanho que estes silêncios têm… Conheço o apelido das tuas palavras silenciosas e reconheço o diálogo que devolves à mim através do olhar carregado de sentimentos.

Em determinados momentos nem precisamos de palavra alguma, por isso que nesse agora, eu me recuso a usar qualquer tipo de pronunciamento verbal. Aprendi a conhecer os teus silêncios, e misturá-los em nós. Assim, eu diminuo a distância de um verso ao outro explorando apenas o sentimento carregado de vontades. Leio os teus olhos e escuto a tua boca silenciar palavras que apenas nós conhecemos. E com isso, unimos vozes quietas que somente o nosso silêncio reconhece: o beijo, o toque, o querer… Une teus lábios aos meus e entenderemos ainda mais o nosso silêncio com fórmulas explícitas de vontades.

Aprendi a reconhecer o teu silêncio, e o desejo que vem com eles…

Este artigo pertence ao blog “Entre Marés”.

Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.