Pode chover a qualquer hora e o sol surgir forte em minha manhã laranja

Chove no silêncio
das minhas letras
nostálgicas
essas esferas inócuas
a alagar as linhas
das memórias
que habitam em mim.

A minha imensidão
é um dilúvio esquecido
narrado em alguma
escritura perdida
no tempo.

Chove no remanso
das minhas memórias
melancólicas
essas águas abandonadas
a sucumbir o verbo
que permanece na
conjugação mais que perfeita
da minha carne.

O temporal que
habita em mim
transforma-se
em nuvens tempestivas
de saudades inacabadas
do ser que sou.

A melancolia da minha voz
é desfeita
ao nascer do sol
entre pálidas gotas
de chuva.

Chove no silêncio
das minhas letras
abstratas
esse sentir ambíguo
a consumir a minha derme
que pulsa além das cores.

Suzana Martins

Projeto Blogvember – Scenarium Livros ArtesanaisCai entre
Título do post: Mariana Gouveia (o lado de dentro)
Participam juntos comigo: Lunna GuedesObdúlio Nunes OrtegaRoseli Pedroso e Mariana Gouveia