Poema em série: Janelas
Desvio o olhar de todas as janelas
hoje não quero brincar com elas.
Rasgo as flores e os arranjos
que se arranjam enfeitando cortinas
e balançando o vento nelas…
Fecho o que seriam portas suspensas
e vou contrariando todas as minhas vontades
que seguem abertas num desejo
trancado dentro de mim.
Prendo o que seria medo
e deixo o inverno bater insistente
do lado de fora assustando alguns
desejos negros de invadir sentimentos…
Fecho todas as janelas,
hoje não preciso delas,
não quero nem apreciar o som
que vem com elas…
Fechem todas as janelas,
me deixe trancada dentro delas!
Deixe-me sentir saudade,
fingindo solidão na ânsia
de tentar entendê-las.
Fechem todas as janelas,
porque hoje, sinto saudades delas…
Livinha
Eu e o silêncio e que se dane o mundo.
Desse jeitinho mesmo… Faz parte do jeito de cada um, um abraço a solidão…
Feliz semana Suzana
Bjs
Livinha
Lara Amaral
Fechando a janela, preservamos um pouco do nosso que vive correndo lá fora, enquanto respeitamos o silêncio dessa parte que está cá dentro.
Beijo, flor!
Maria Dias
As vezes precisamos sim fechar as janelas e voltar pra dentro de nós…Para depois enfrentar o inverno mais aquecidos…
Belo poema….
Beijos
Maria
Menina no Sotão
Me senti nua aqui carissima. O dia começou com chuva e as janelas abertas, mas o sol apareceu por entre as nuvens e eu fui obrigada a fechá-las.
bacio
Jorge Pimenta
querida amiga,
as tuas janelas abriram-se de par em par para umas outras – as de gedeão -, que aqui partilho contigo:
"As janelas do meu quarto"
[antónio gedeão]
Tenho quarenta janelas,
nas paredes do meu quarto,
sem vidros nem bambinelas,
posso ver através delas,
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas,
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea,
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza,
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança,
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas,
e o sonho afaga e embala,
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade,
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa.
E o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fome sem remédio,
a que se chama poesia.
E a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade.
E o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro,
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo.
Todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra,
nas minhas quatro paredes.
Oh janelas do meu quarto,
que vos pudesse rasgar,
com tanta janela aberta,
falta-me a luz e o ar.
beijinhos e horizontes!
Canteiro Pessoal
Su, lindo demais com extensão ao que Jorge partilhou, e que se casa perfeitamente.
Abraços
Pri
Tatiana Kielberman
Que se ABRAM as janelas, afinal, eu preciso ser do contra, né?
=p
Lindo, Su!!
Beijo e ótima semana!
RosaMaria
A poesia não está somente nos versos, por vezes ela está no coração, e é tamanha, a ponto de não caber nas palavras…
Não me venha com janelas, quero horizontes!
Beijos lindona, boa semana
Marilia
"No one's home I'm alone with my music and my tv
And I still say that yesterday is best when left to sleep"
Janelas fechadas, musica, tv, nada como se estar só, com nossos desejos e pensamentos… antecipando o fim do feriado, a volta para a rotina… ou ainda antecipando o desconhecido…
AMEI!!!!
Beijos
Multiolhares
existem dias assim em que as janelas tem de estar bem trancadas
bjs
Valéria Sorohan
Quando o corpo clama para uma paradinha, é sempre necessário
deter a corrida das horas e se fechar num casulo.
BeijooO*
Érico Cordeiro
Olá, Suzana
Convido você e seus leitores para as comemorações dos dois anos do blog Jazz + Bossa + Baratos Outros. O endereço é:
http://www.ericocordeiro.blogspot.com
Abraços!
Carina B.
Lindo demais, Suzana, li e reli e lerei de novo!
🙂
Celso Mendes
É, muitas vezes precisamos fechar nossas janelas e nos retirarmos em no silêncio de nossos sentimentos, de nossas saudades, de tudo que guardamos só para nós mesmos. É necessário. Adorei o poema, Suzana!
beijo.
Francy´s Oliva
Sabe!? O mais chato da série é que sempre temos que ficar esperando o proximo, e a expectativa aumenta (rs) bela semana para ti.
ROSANA VENTURA
Ah, eu vivo a fechar essa janela e preservar o silencio que habita em mim!
bjosssssss
Suzana Martins
Deliciosas palavras foram derramadas por aqui, deliciosos sentimentos que me abraçam e que entram pelas minhas janelas. Palavras que são ventos para a alma..
Beijos e obrigada a todos pelo carinho
OceanoAzul.Sonhos
Quantas vezes precisamos deixar o mundo lá fora e entrarmos a sós na nossa casa, no nosso silêncio, quantas vezes fechamos as janelas para nos tentarmos escutar.
Lindo querida.
oa.s