Por Dulce Miller

banner2

Hoje, a Comante é ‘Dusonho’, minha queridíssima Du.

Eu faço umas associações estranhas

Todo mundo tem suas manias. A minha é ficar mexendo no cabelo o tempo todo quando   uma das mãos está desocupada.  Eu pego um cacho do cabelo que fica acima da testa e fico enrolando. Só que isso é tão automático em mim desde criança (meu pai tem essa mania, mas só quando deita pra dormir) que eu nem percebia que ultimamente estava muito pior, até meu pulso esquerdo começou a doer por isto, acreditam?

Há dois dias meu sobrinho de 10 anos que não me chama de tia, sei lá por que, fez a pergunta que me fez querer mudar de atitude:

“Du, tu tá com sono?” e eu respondi: “Não, acabei de acordar, por que Gugu?” e ele disse: “Porque tu tá enrolando o cabelo igual o vô”. Eu olhei pra ele com cara de culpada e pensei: “Putz!” Nem disse nada, mas desde então tento parar porque já tá parecendo  TOC, credo!

Mas ô… que coisa difícil controlar uma mania! Quando menos espero o automático liga e lá estou eu mexendo no cabelo de novo! Mas a diferença é que agora eu percebo e estou decidida a parar. Chega a ser engraçado eu xingando a mim mesma, só não bati na minha mão ainda, mas tá faltando pouco pra isso! hahahaha

Nova imagem

E eu faço umas associações estranhas…

Escrevendo este texto e ouvindo Maria Gadú cantando a música que ela fez em homenagem à avó dela, “Dona Cila” – tem um trecho que diz o seguinte: ” O apego não quer ir embora, diaxo, ele tem que querer!”

Quando ouvi pela primeira vez chorei por toda emoção que senti na voz da Maria Gadú e por tudo que eu estava sentindo no momento.

Esta coisa de apego é séria, é insegurança pura. Eu não me apego em nada material mas me apego demais às pessoas que amo e isso gera muito sofrimento. E então  pensando  e lendo muito nos últimos dias sobre o assunto, cheguei a conclusão que devemos ter “elos” com as pessoas e não apego! O apego não passa de insegurança disfarçada de afeto. Elos são mais sinceros, mas duráveis e mais saudáveis pois estão baseados na liberdade.

Não quero mais ter essa mania besta de ficar mexendo no cabelo o tempo todo e não quero mais sentir esse apego que maltrata o coração quando é desfeito sem consentimento da minha alma.

Eu sei que vou continuar brigando com o mundo e nunca vou entender pessoas que brincam com os sentimentos dos outros. Sei que ainda vou ser fraca o suficiente para chorar, me desesperar, sofrer como um cão sem dono e continuar cometendo erros, mas quero aprender a ser “meu melhor amigo” e se tiver que me apegar a alguém de novo, que seja a mim mesma! Que eu saiba perdoar sempre, principalmente a mim, mesmo que demore,  porque preciso respeitar o meu tempo de dentro, porque cada um tem seu tempo certo de aceitação e entendimento dos fatos.

Apego, bah… ninguém merece!

E o cabelo… hehehe, se for pra dormir me permito a mania, não dá pra radicalizar também, né não?

image

Dulce Miller, escritora da alma, moça sonhadora, mãe, menina, mulher, batalhadora… Dona dos blogs A moça dos sonhos e do eterno Norte, um lugar onde se encontram e os amigos versam alegrias… A fada da palavras, aquela que se embriaga com seus versos, bebendo os sonhos que a mantém viva. Esquece as tempestades arrasadoras, adormece, sonha e encontra um Norte, o seu porto seguro. “Às vezes eu escrevo como quem vomita as palavras, pode não ser uma expressão muito bonita, mas é assim mesmo que acontece. Pode vir de um simples pensamento, de algo que aconteceu ou que eu senti. Não sei explicar direito, mas a sensação é muito boa depois desse tipo de vômito.”