Quatro mãos, várias folhas

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Navegando pelas minhas marés, descubro-me num Canteiro Pessoal, num jardim de palavras e entre o convite para escrever a quatro mãos. Fragmentos, rasuras, versos e troca de palavras que se misturam com o perfume que mergulha no horizonte de letras fáceis e belas… E assim, o Nossas Marés traz a querida Priscila Cáliga e alguns fragmentos meus.

Rasuras livres de silêncio

“Liberdade de voar num horizonte qualquer, liberdade de pousar onde o coração quiser.”

 

Meireles, Cecília

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Está no horizonte à espera plena das mudas do há simples linho e seda à face; os pulmões em som que apregoa o ilógico. As gotas nas rasuras das folhas caladas, à procura de trilhos distantes das estradas cinzentas. E paredes de nuance o ousar sim do não da interpretação ansiosa – sim dos íntimos sentidos. Do livre no sentir sono calmo ser guardado dentro do coração a velar promessas; nos dedos e no manto. Da transparência noutra brisa as carências, as dores e os suspiros na recontagem das notas. Portanto, que é abertura. O aproximar dois passos, muito além peculiar caminho à teia das linhas num sopro vestido de reflexões. Sem receio afastar dez passos o quê do que acha fantasia; todos os lados da composição ? A neurose já não neurose das análises subterrâneas de feridas acesas, que faz pele viva e sepulcro estendido no universo. E o sabe-se reencontrar, simplesmente, insuspeito, o que cativa versar voejo. A melancolia diluída à noite rasgada diante o céu da boca as gavetas abertas, e infinitamente nos pedaços de memórias a mudança de cor, com o enredo impetrificar ausência da voz: oscular ? Além do tempo, no ar e na chuva, revestir-se do pensamento de asa; escutar das palavras habitáveis. À hora do sol e da lua, notas em segredos enlaçados nós desatados – dizer do sorriso. Roseira a vomitar muros, e dos telhados faminta ternura, e depois portas por mais sentir não brega a fios. O servido abrir de todas as janelas ante os tons dos espaços inesgotáveis. Utópicos desejos refazer ao nulo do escore fronte altar das estrofes, e as notas vibrantes entre os ventos – acima do oceanar o altar; da terra para o mar de sentimentos. A doce voz do silêncio, alfabeto escorrer o quintal cortinas de muitas águas por desfazer nuvens de papel. O filme chuviscos escritos sobre o azul profundo em grandiosidade ato do delicado poemar com pomar.

Canteiro Pessoal & Suzana Martins

Conheça Priscila Cáliga:

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Priscila Cáliga é uma daquelas blogueiras que conheci “por acaso” em seu Jardim Secreto, num Canteiro Pessoal. Dona de belas, emocionantes e verdadeiras palavras, escreve como se conhecesse a alma e o coração do leitor. Descreve em seus versos a delicadeza de todas as metáforas e conotações. Em seus beirais escorre o encanto de poesia refinada e proseada.

E ela se descreve assim: …nada além dos detalhes que se tornem meus. Apreciadora de sorrisos delicados e deliciosos e, de gente que carrega milhares de palavras navegando dentro de si.

“O quarto é o retrato de nossa alma.”
(Priscila Cáliga)

Visite o blog: Jardim Secreto

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Suzana Martins por Suzana Martins:

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Sou um pouquinho de cada coisa. Uma lágrima, um sorriso, uma vontade de viver ‘carpediano’ por ai e sou um pouquinho de amizade em cada olhar. Choro, grito, canto, falo, mas também medito e encontro no silêncio, a minha melhor companhia. As estrelas e a lua fazem parte de um ritual, mas o mar para mim é sagrado. E nessa união de céu, natureza, água, terra e tantos outros elementos naturais, eu comecei a formar o meu caminho e surgir como o sol que nasce a cada manhã. Sou um pouquinho de cada coisa, nascendo e descobrindo a cada aurora marcada!! Sou o que sou na alegria de viver, a minha vida está em constante definição!

Eu sou o avesso de mim