Era a saudade que perfumava um ambiente tão cheio de sonhos caídos. A madrugada cantava suas horas em notas inquietas e silenciosas. Era a noite, em seus doces ruídos, que anunciava horários tardios de uma insônia que perambulava pela casa completamente irrisória diante daqueles tão belos e tristes olhos.

Olhar de uma mulher forte, mas que disfarvaçava-se de menina quando o coração estava quebrantado. E ela, totalmente insone, caminhava em seus pensamentos e aos poucos, acentuava ações e verbetes, colando o que restara de um despedaçado coração.

Queria apenas um abraço para se aquecer daquele frio mórbido. Sonhava com um norte e os seus mares de águas cristalinas e uma margarida colorida para enfeitar o jardim da sua noite tempestiva e escura.

Seus anseios foram estraçalhados tal qual vidro jogado ao chão. As suas palavras tristes argumentavam momentos vividos intensamente, mas que por algum motivo ou outro, findou-se. Era o ponto final de uma história.

Eram apenas palavras jogadas ao vento para poder descarregar uma alma cheia de lágrimas. Mas em cada ponto final dos seus versos, era possível sentir as gotas de esperança molhar o tempo e experimentar os aromas que espalhavam cores vivas pelo ar.

Ela, a moça dos sonhos. Uma menina capaz de transformar vidros caídos em taças de cristal, flores murchas em margaridas com pétalas puramente desenhadas. Mulher, moça, menina! A fada das palavras! Aquela que se embriaga com seus versos, bebendo os sonhos que a mantém viva! Então, esquece as tempestades, adormece e sonha!

*Texto escrito em homenagem a Moça dos Sonhos depois de vê-la atravessando uma tempestade. Conversamos, choramos, sorrimos e escrevemos… Estarei sempre aqui!