De vez em quando há sentimentos que me confundem e eu sempre me perco neles… Naquele dia, o que senti afinal não foi ciúme. Não! Disso eu já estou certa. Foi antes de tudo uma inveja tremenda da qual agora me envergonho. Inveja de uma felicidade que já não acreditava que fosse possível, um presente vindo de onde só a luz brilha.

Talvez por já ter sido assim feliz quando achei que tinha encontrado um amor verdadeiro, e por ter percebido que ele me escorregou por entre os dedos. Hoje penso que talvez tudo não tenha passado de um sonho o qual sonhei acordada…

Agora no mesmo lugar onde já sorri sem medida tenho um sofrimento silencioso,  acomodado, parado no tempo, mas intenso, como se o momento não mais fosse acabar. É uma espécie de proteção, que aos poucos se dissolve em algum lugar, talvez nas lágrimas…

Mas agora penso que entre o olhar e o sorriso, a lágrima ficará suspensa. Esperar secar seria como chorá-la todo o tempo que durasse a espera. Seria prolongar o sofrimento que, por si só, já fez com que ela nascesse. Não importa a ausência ou toda saudade que encontro aqui, o que sei é que a lágrima ficará suspensa…

[16.05.2010]

Este artigo pertence ao blog “Entre Marés”.

Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.