Gosto de atravessar a cidade e observar a solidão que perdura em meio ao caos urbano. A paisagem pós vendaval sempre desperta o melhor de mim. A cidade se enfeita. O chão parece um céu estrelado com folhas e flores a enfeitar os espaços. Há quem reclame do que fica depois de um vendaval. Eu apenas contemplo a beleza que aparecem "entre os sucessivos solavancos que projetam veias de anil",(*)
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A natureza desenha gigantescas paisagens dentro das suas imagens para reinventar as estações. No meio do inverno, um calor a avistar o amanhecer ora cinza, ora colorido. Silhuetas, hachuras, rascunhos e tantos outros detalhes a provocar poesia.
Tenho vários rituais que abraçam os meus dias. Desde os palpáveis, aqueles podem ser fotografados e registrados, até aqueles abstratos cujas as lentes não alcançam. Alguns ficam no movimento do corpo, na amplitude do olhar e na expressão do dia a dia.
A medida que o dia rompe o silêncio, natureza e cidade se une e detalha o azul na essência da cor. Agosto está a gosto em mim.
O olhar espia cores, linhas e desenhos que iniciam diálogos silenciosos a transformar o verso em poesia. Gosto de pôr reparo no horizonte e nas miudezas que brotam diante da paisagem.