O poema era um eco / um porto seguro / um verso de sol / a redesenhar
saudades do mar.
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Os ponteiros não andam. A espera atrasa. Penso em ti e um sorriso incendeia os meus lábios. Conto as horas para esquecer-me no teu abraço e no meio do tempo de um verbo que conjuga paixão. No compasso da espera, diluindo a saudade, conto os minutos de uma chegada que anuncia amor eterno.
Lembranças azuis tal qual o mar ao amanhecer, ou feito aqueles dias alaranjados que imitam um outono solitário. Aqui dentro do peito também acumulam saudades de mim e de todos os meus eus, grandes, pequenos, adolescentes, chatos, sorridentes, metidos... Nostalgia apertada daquelas que provocam a falta de ar.
Não te falei de como as minhas asas são frágeis, nem nunca cantarolei todas as minhas palavras disfarçadas de violões para que não as reconhecesses como minhas.
Misturado ao desejo do nosso querer, tu me presenteias com o calor do teu sorriso. Prendo-me novamente a ele e a tua teia de vontades secretas, entrelaçando-me entre as tuas pernas e perco-me em ti. Submeto-me ao fogo que arde em nós e nas texturas suaves da tua pele.
O poema está em silêncio para ouvir a canção… Enquanto as pessoas passam, fico ancorada em minhas entrelinhas a perceber apenas meus secretos movimentos…