Quando a primavera chegar, hei de voar pelos jardins e saberei definir o aroma das flores. O casulo se abrirá e, as borboletas abraçarão o infinito de suas asas. Aproveitarão os sonhos despedaçados e reverenciados na metamorfose dos sentidos.
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Dizem por aí que o calendário virou. Ainda não passei pela transição do mês, mas a verdade é que tenho páginas de um diário antigo para revisitar e outro novinho à espera de palavras deste tempo.
O vento, a brisa, o azul, as cores e as temperaturas abstratas a absorver nuances minhas esquecidas nas areias da praia revelam a minha aparência concreta de existência e vontades.
Fui consumida / pelo rasgo infinito / da tua letra ferida. / Morri lentamente / esquecida no canto da sala / sem sentir o ar / a exalar pelos pulmões.
Chegou no amanhecer do sorriso. Atravessou o cenário. Entrou sem pedir licença. Rasgou as minhas memórias e absorveu o melhor de mim.
Na sombra do verso esquecido, / apagado, empoeirado. / Sinto. Existo. / Passo a página / alongo os espaços / preencho as linhas / e afago as letras