Apaguei a luz /rasguei todas as palavras / sacrossantas /hipócritas /revelei a fissura da página aguda /desfiz a quietude da oração perfeita.
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O sal, a areia e a água são memórias suspensas dentro de mim... Deixo-te com o aroma do mar e com o perfume da chuva a invadir a terra.
O coração esmagado na caixa torácica / reinicia o pulsar monótono / hemofílico / e todo desconsolo da dor amarga.
As palavras deixadas no jardim / foram adubadas / irrigadas / infiltradas / pela tua letra tardia / escrita num inverno / carregado de espinhos.
A fala afiada / a rasgar a solidez da pausa. / O canto perdido / a romper os tímpanos. / O silêncio na fenda / a dilacerar o peito.
Sinto tanta saudade tua que o coração esmagado no peito parece procurar forças para pulsar. Fico sem ar. A saudade comprime as minhas letras mais intimistas, e não consigo organizar ideias e palavras para poder te entregar.