Eu não sei precisar quando comecei a colecionar folhas. Sei apenas que elas chamam a minha atenção quando estão deitadas em alguma rua-asfalto-paisagem. Por mais que eu tente, não sei narrar quando – pelo meu caminho – esses detalhes cheios de nervuras, largados no chão, despertou o meu contentamento. Acredito
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Tenho tantas coisas para lhe dizer, Anita. Falar de como a sua coragem contribuiu para que pudéssemos mergulhar no mundo das artes. Dizer como a tua força feminina contribuiu para o nosso encontro com as tintas, pinceis e letras. A sua passagem e convívio com os vanguardistas valeram a pena.
Fez-se primaverano detalhe do verso,no pólen,nas pétalas tatuadase na delicadeza suaveda brisa que amanheceem flor. Fez-se poesiana nuance primaverildo poema e noaroma delicado do orvalhoque desfila pelo quintal. Fez-se primaveraà flor do poemadedilhado na peleem pétalas de amor. Fez-se versona miudeza da rosano sopro do verbo eno equinócio perfumadoque acabou
V. Ontem procurei as tuas letras esquecidas no papel de carta amarelado pelo tempo que teu silêncio causou em mim. Profanei alguns versos escritos e reverenciei aquelas letras meio apagadas pela ausência das tuas falas. Olhei para céu a procura de algum resquício de memória dos detalhes que gostas só
Tudo o que eu tenho agora / são as cicatrizes que pulsam / na sentença redigida / pelos olhares que julgam / saber a efemeridade da vida.
A xícara está vazia.Não há resquícios de nada.Nem uma gota de chá,ou até mesmo café.Vazia. Nada.Seca. Oca.Há ecos,sussurros de sabores,e lembrançasde todos os aromas. Não há nada ali.O que se vê é a secura da louçacravando a solidão do objetonuma mesa vazia de letras. Nada! Lembranças?Quem sabe?!São ecos.Tilintar de sons