Lembro da época que não tínhamos máquina fotográfica e o meu pai sempre chamava um retratista para fotografar momentos em família. Fotos na sala, eu e meu irmão brincando no quintal, minha mãe cozinhando, meu pai trabalhando... e por aí vai. Sábado era o dia oficial de tirar retratos, como dizia meu pai. O fotógrafo virou amigo da família!
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Revisei a luz / olhei para o alto, / toquei o céu / na sensibilidade / pulsante da frágil lua. / Examinei as cores, / costurei os rasgos, / alcancei naufrágios / expostos em meus poros.
Encontro-me parada, / escoltada em pensamentos antigos / que desmoronam com o passar do vento / tal qual castelos de areia, / daquela praia que um dia pisei / ou dos abraços apertados / nos braços que pousei. / Parada ali, relembro rimas antigas / de um poema velho jogado / nas páginas de um diário qualquer.
O outono, em sua maestria, / deixa escorrer gotas pretéritas / detalhes nostálgicos / e outras paisagens cheias de asas / que sobrevoam além de mim.
Rasguei o verbo / cortei a carne
sangrei / perdi a voz / morri lentamente / no abismo do / teu poema sem fim.
Gosto de apreciar as nuances do dia quando os raios solares rasgam as nuvens em perfeita harmonia com o vento. Ou, quando em sua despedida, abraça o horizonte magistral exibindo cores que provocam arreios, versos e outras lembranças que preenchem o momento.