A oração leve, / sem súplicas, / revela amizades e / versos mais que perfeitos, / aqueles que perfumam / pretéritos de outros mundos / e em reverência abraça / o presente do indicativo.
Tag: Outono
A rua enfeitada de outono, logo após a enxurrada, recita o verso nostálgico que um dia escrevi em esquinas paralelas. E, no silêncio das horas, a estação suspira esperança essas rasuras perfumadas que escorrem entre os meus beirais.
Eu não sei precisar quando comecei a colecionar folhas. Sei apenas que elas chamam a minha atenção quando estão deitadas em alguma rua-asfalto-paisagem. Por mais que eu tente, não sei narrar quando – pelo meu caminho – esses detalhes cheios de nervuras, largados no chão, despertou o meu contentamento. Acredito
Hoje, num arranha-céu de saudades, feito estrelas que passeiam pelo universo, escorreu outono pela minha janela. E de longe, feito um pretérito nostálgico, avistei as flores que eram banhadas pela chuva… Chuvas de outono com aromas de inverno. Chuvas coloridas. Gotas de sentimento! Chove estrelas, e a derme abraça o outono que reinventa cores
Às vezes temo pelas minhas palavras; elas, em momentos inoportunos, fogem de mim como lágrimas fugindo dos olhos. Penso, muitas vezes, que as letras não vigiam mais os meus versos tortos que um dia escrevi entre as areias de um litoral nostálgico. Percorro os versos rasgados num outono de letras
Último raio de sol / primeiro da lua / outono nascendo… (Alice Ruiz) Já é outono na minha rua… Na ponta dos dedos, trago a erosão dos versos que se arrastam com o vento, trazendo até mim fotografias e trechos de um outono sentimental. Folhas caídas que enfeitam as ruas