Quebrada, em ruínas / fracionada / em retalhos / abandonada entre / o verbo e o pronome / perco-me nas fissuras / do meu existir / no deserto / de todas as emoções / meu frágil ser / aspira o cheiro / salgado que esvai de mim.
Tag: poema
Somos metade do tempo / dentro de um templo / de letras eternas.
Na ponta do verso / escrevo teu silêncio. / Poemo. / Rabisco. / Rasuro teu corpo. / Recomponho-me / em teus desejos / secretos de mim.
Esperei o findar do dia / aliviar a página cansada / para gravar na derme / versos de uma ode infame
que sangra a alma. / Fiquei à espera do verbo / que atravessa o meu ser /
encaixar-se na fenda solitária da letra.
Observo-te de longe / e guardo em mimos teus gestos, / os teus sinaise as canções / que tu cantas ao entardecer.
Aqui, do lado de fora, o aroma da liberdade ensaia um memorial do tempo inalcançável que alimentei à porta do fim.