Deixa a chuva cair /inundar tempestades /desaguar a paz do sol /que importa? /os meus abandonos /acesos /imersos /intensos /a guiar a cidade vazia.
Tag: poesia
Morri hoje / na metade da palavra / na conjugação imperfeita / no meio do sentir inócuo / arrancado e mim.
Deixei o medo afogado/ nas memórias vazias do ontem,/ refiz minha rota e/ renasci naquele poema sagrado/ concebido sob luar outonal do meu existir.
Apaguei a luz /rasguei todas as palavras / sacrossantas /hipócritas /revelei a fissura da página aguda /desfiz a quietude da oração perfeita.
O coração esmagado na caixa torácica / reinicia o pulsar monótono / hemofílico / e todo desconsolo da dor amarga.
Não estou mais em mim. /Morri lentamente / pouco a pouco /largada /imóvel /abatida /esquecida em algum lugar /das minhas entranhas /partidas.