Ainda há um sorriso nos lábios. Resta-me também um pouco de felicidade e algumas horas de gargalhada. Dos olhos sobraram algumas lágrimas secas que foram guardadas em cadernos de capa dura. Em minhas falas encontro todas as lembranças que caminhavam lentamente pelas areias da praia a contar estrelas. De tudo,
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Quisera eu ser tua palavra nua entregue sem pudor vertente de amor. Quisera eu ser tua página nua entregue exalando prazer incendiando o querer. Quisera eu ser tua completamente nua néctar de desejo gozo, pele lascívia, sexo, amor sedução corpo entregue luxúria e paixão. Suzana Martins – 01/2015
Choveu nas cinzas das horas. O tempo, esse descontrolado ponteiro, esquece o pragmático mundo e rodopia metáforas sensoriais. Há aromas conotativos no existir. Chove. Pulsa. Goteja. As árvores dançam. Os pássaros cantam. Tango. Samba. Fado. Bossa. Nova. Nossa. Observa ritmos. Escreve meio verso. Apaga meia nota. Canta. Dança. Chora. Melancólica
Pontos e vírgulas… letras num dia qualquer. Chorei. Derramei rios de lágrimas quando recebi as tuas palavras. A tua missiva chegou até mim num final de tarde em que o vento brincava com as ondas. Lembro-me que o mar, daquele dia, estava lindo. Chorei novamente quando percebi que tu
Rasgou. Deixou em pedaços. Exilou todas as palavras. Partiu. Não como se faz em despedidas, mas sim como quem quebra algo e joga fora sem qualquer ressentimento. Recortou todas as letras. Verso por verso. Música por música. Metáfora por metáfora. Rasgou. Pedaço por pedaço. Centímetro por centímetro. Metades por metades.
Teu olhar penetrante rasga a minha derme e entrelaça todas as minhas vontades. Sem pudor, entrego-me! Teu sorriso, deveras perverso, suplica por um beijo tentador. Sem reservas, nossos lábios se tocam… Teu corpo, esta teia perigosa, aquece as minhas vontades. Face a face. Beijo a beijo. Olhos nos olhos. Desejos.