O vento, a brisa, o azul, as cores e as temperaturas abstratas a absorver nuances minhas esquecidas nas areias da praia revelam a minha aparência concreta de existência e vontades.
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Nunca aprendi a escrever retrospectivas. Sei apenas relembrar pretéritos em conversas regadas a café, chá, cerveja ou outros sorrisos... Nesses instantes tão intimistas o reviver histórias são emoções contadas muito além da palavra escrita.
Tenho vários rituais que abraçam os meus dias. Desde os palpáveis, aqueles podem ser fotografados e registrados, até aqueles abstratos cujas as lentes não alcançam. Alguns ficam no movimento do corpo, na amplitude do olhar e na expressão do dia a dia.
Deixo aqui todas as minhas melancolias. Encaro as lembranças do mar, das nuvens em mareia e dos arrecifes moldados pela água. Em minha memória o som das águas a abraçar a areia e o sal a perfumar a derme. Sou urbana e as minhas nostalgias são ressacas de tempestades litorâneas.
Daqui do meu universo contemplo os espaços que desenham além de mim. Observo, daqui de longe, as pessoas dentro das suas histórias a caminhar pelas calçadas sem ao menos olhar para o lado. Vejo também os carros que passam apressados sem marcar qualquer pausa e outras motocicletas com seus barulhos ensurdecedores a desrespeitar o radar que registra velocidades. Os intervalos parecem ameaçados por eles que apenas passam…
A medida que o dia rompe o silêncio, natureza e cidade se une e detalha o azul na essência da cor. Agosto está a gosto em mim.