Esqueceu-se no próprio caminho.
Adormeceu na borda da página vazia. Rasgou os verbos desenhados nos abandonados trilhos da estação passada. Isolou-se o inverno de sua alma. Acomodou-se no silêncio de sua própria voz e fez das letras sua habitação.
Tag: prosa poética
Fevereiro está de partida. É muito raro eu pensar nas despedidas de determinado mês, mas hoje decidi ficar aqui a observar alguns finais.
Já não procuro respostas nem identidades. Sou camaleão adaptável em labirintos sem saídas. Sou arco-íris de saudade entre todas as paredes com seus tons amarelados. Diversidade de reflexos. Rasgo a minha pele e percebo as oscilações da policromia e dos sonhos que trago em mim. Sou camaleão nos reflexos dos espelhos.
Não tenho mais o teu corpo, o teu rosto, os teus olhos, as tuas letras e muito menos a tua paisagem próxima a mim.