As suas pegadas pelo jardim ainda ecoam no interior, nos limites de minha dor. Não mexa com minhas lágrimas, não enxugue os meus sorrisos, não aqueça meus braços. Mesmo que a sua imagem seja pintura fresca, não provoque mais estragos nas dores que ficaram perdidas no meio do caminho.
Tag: sentimentalidades
Esqueceu-se no próprio caminho.
Adormeceu na borda da página vazia. Rasgou os verbos desenhados nos abandonados trilhos da estação passada. Isolou-se o inverno de sua alma. Acomodou-se no silêncio de sua própria voz e fez das letras sua habitação.
Devaneio inspirado no poema de Carlos Drummond de Andrade "No meio do Caminho". Um verso a exalar flores, pólen e perfumes.
Ela carrega na alma / traços do oceano azul, / tempestades de alto-mar. / O perfume que exala / dos seus poros / tem notas salgadas. / Ela,entro e fora / perto ou longe, / marítima!
Meu tórax / vazio, / oco, / jogado no chão / a rasgar o músculo / melancólico / que pulsa fora de mim.
Minha matéria salgada vive em devaneios... / partida ao meio / sob o concreto de verbos pretéritos / amanhecida / entre orvalho e brisa.