A rua enfeitada de outono, logo após a enxurrada, recita o verso nostálgico que um dia escrevi em esquinas paralelas. E, no silêncio das horas, a estação suspira esperança essas rasuras perfumadas que escorrem entre os meus beirais.
Tag: suzana martins
Teus beijos / a evaporar pela derme / desejos de nós. / Teu olhos, / a me hipnotizar, / a arrepiar vontades / sucessivas de ti em mim.
A cidade, em seus detalhes urbanos, oferece nuances que atravessam as minhas letras fotografadas.
Agosto sempre foi um mês inerte em minhas estações. Nunca esperei por ele ou pelas nuances desenhadas naquela folha do calendário. A página virou. Talvez agora eu termine aquelas poesias inacabadas que deixei acumular em tantos agostos esquecidos.
Do lado de fora /
o meu eu visível /
manifesto /
transparente /
aparente
sanguíneo /
pulsante /
ardente /
desfeito em mil pedaços /
do que um dia eu fui.
O olhar espia cores, linhas e desenhos que iniciam diálogos silenciosos a transformar o verso em poesia. Gosto de pôr reparo no horizonte e nas miudezas que brotam diante da paisagem.