O sorriso fingido não consegue esconder a tristeza estampada daqueles lábios mentirosos. A dor é visível. Não adianta pintar gargalhadas, muito menos colocar brilho nos olhos. A luz apagou! As máscaras escondem o medo do que é oculto. Palhaços tem olhos tristes e confusos. As interpretações de felicidade desfiam a desgraça de um coração que está inquieto. Ferida aberta.
A falta do abraço, ou o excesso dele está a ponto de imergir qualquer sensibilidade. Na falta, saudade. No excesso, hipocrisia. Algo completamente forçado contado em anedotas repetidas. O coração está rasgado de sentimentos nostálgicos que mesmo sem entender acabaram diluindo as gotículas de alegria que restou de um chocolate meio amargo.

Entardecia. Longe de toda animação, um olhar vomitava imagens melancólicas. A visão estava embaçada por um luto externo, interno, único! O que derramava naquele rosto não eram lágrimas, e sim algum tipo de água que tinha cheiro de sangue. Púrpura. Cor bonita, viva! E nesse contraste, o vermelho vivo enterrava uma alma apodrecida de tanta dor. A euforia mascarada dormia ao lado do dia que acabara de morrer.

As mágoas que haviam sido aglomeradas durante um longo tempo, desabaram: dor, saudade, tristeza, sofrimento, brigas, intrigas… Putrefação! Momentos inexplicáveis, situações vividas, tempo transcorrido.

Saudade sem esperança.
Boca sem beijo.
Dor sem cura.
Choro sem lágrimas.
Lábios sem sorrisos.
Braços sem abraços.
Cansaço sem cama.
Rostos sem máscaras…