Não me ofereças palavras vazias em tua conquista, pois elas não valerão nada se as verdades não forem explícitas. Não escrevas em meu diário fingindo ser outra pessoa, porque a tua letra é reconhecida a cada vírgula de distância. Se quiseres palavras, diz olhando nos meus olhos, escreve com o meu nome, mas não pede ao vento que me entregue, porque ele não é mensageiro de letras que ficam por dizer…

Queres me conquistar? Então esquece todas as tuas palavras tolas e cheias de máscaras. Fala para mim tudo que o teu coração deseja e assim sentirás a leveza da verdadeira conquista. Olha nos olhos. Esquece a minha música preferida, porque tu não sabes a letra de cor. Tu não sentes o mesmo que eu quando os acordes tocam na vitrola. De que adianta me conquistares com as minhas palavras, com os meus versos e minhas canções preferidas?

Tu, que julgas me conhecer, não sabes nem o meu perfume preferido e nem o aroma que eu procuro. Tu não sabes para quem eu escrevo e não imaginas o sentir de cada estrofe. Tu pensas que me conhece, mas o teu conhecer é tão vazio quanto as tuas palavras agressivas. Não me conquistes com emoções débeis nem com vitórias fáceis, porque não são todas as batalhas que eu considero vitórias.

Não venhas até mim com o teu ar adocicado de surpresas nem com o toque aveludado de tuas facilidades, pois eu vivo e respiro muito mais que isso. Todos sabem que eu preciso e vivo muito mais numa conquista. Sou além das palavras fáceis e cheias de enfeites. Gosto do olhar. Olhares que penetram e desafiam o difícil…

Eu sou um risco à tua conquista que nunca foi conquistada. Eu sou a palavra rasgada que fere o verbo num desafio poético de emoções. Sou carta esquecida na mesa, sou vinho derramado no chão, sou veneno sem antídoto, mas sou dócil quando me deixam voar entre sentimentos… Quem me conhece sabe: não sou tão complicada de se conquistar. Mas não me conquistes com tuas repetições, és tu quem decide se entras no jogo ou não.

(Suzana Martins – fevereiro/2011)