Tudo começou quando a queridíssima Lunna Guedes me convidou para escrever em diários, mas de uma maneira diferentemente de escrever em blogs ou em outra ferramenta de comunicação. A ideia era expressar a influência das estações do ano em cada uma de nós, em um diário palpável. Abracei a ideia e comecei a construir momentos: descobri que as estações do ano apresentam-se muito mais em nós do que imaginamos. Assim, eu, a Lu e a Madá decidimos seguir nessa empreitada e o resultado foi excelente, virou livro!


(Madalena Barranco – Lunna Guedes – Suzana Martins / Lançamento do livro)

A Minha Superioridade

Egocêntrica, quero ser História. Palavras bordadas em páginas de livro. Eternizada em estática viva, heroína de conto pseudo-infantil e rainha do universo paralelo ao centro das atenções… Ah… Minhas emoções! Tenho um umbigo e quero todos olhando para ele, como se ele fosse um ser, o único. Eu seria umbigo da humanidade. Tudo girando em mim, o sol parado e eu fazendo amanhecer mais tarde, quando cansar do certo das coisas. Joana D’Arc pós-moderna e viva, falando sozinha, escutando vozes, sendo normal, lendo jornal na lareira. Tornar-me-ei a mãe da psicanálise quando entender que não entendo Freud e que nem Freud me explica. Serei o mundo todo, o mundo será para mim e eu não desmoronarei em pensamentos.

Suzana será nome de estrela e de cometa caindo, brilhando e sendo notícia na TV Popstar sem saber atuar, arranhando um violão e voz. Serei a novidade do Art Noveau, uma reciclagem de poetas e poemas mortos, serei fênix cultural. Serei sereia de lenda urbana, assassina de verdades e contadora de história surreal, tudo ao mesmo tempo e em tempo de ser feliz. Serei a Nova York de Woody, autora mais trágica de Shakespeare e escreverei gramática sem regras. Serei teatro, serei novela, serei Oscar de filme conotativo com final feliz. Serei mais eu!

Diário das Estações, 02 de julho de 2009
Por Suzana Martins

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26082010694 (O diário artesanal)

“Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
– a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão…”

(Cecília Meireles)

Este artigo pertence ao blog “Entre Marés”.

Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.