Roda Mundo Solitário
Despi-me de toda aquela alegria infame e cheia de hipocrisia. Rasguei aquele sentimento tão puro e tão falso. Deixei que brotasse dos meus olhos aquela enxurrada de lágrimas que prometi serem as últimas. Foram tantos sentimentos misturados que me vi numa roda-gigante em movimento. Lá do alto observava momentos que estavam tão pertos de mim, mas quando chegava lá no chão eles se tornavam longínquos, era como estar numa roda-viva.
Os piões giram num quadrado circunflexo e o mundo dá voltas numa linha paralela distante de toda essa realidade. Mundo solitário feito de um redemoinho que devasta todas as minhas alegrias. São tempestades cravadas num peito que sangra longe e ninguém sente. As minhas solidões só eu entendo, o meu mundo é uma roda-viva indecifrável.
E essa roda-gigante sem parque de diversões, solitária em mundos distantes, sobe e desce sonhos inadiáveis que pedem tempo oval para serem realizados. Cheios de náuseas, eles são vomitados de baixo para cima e tentam entender os giros que são retangulares… “Rodamoinho, roda-gigante… o tempo rodou num instante nas voltas do meu coração…”
Faço círculos para tentar entender o porquê dessas confusões que transformam as minhas solidões tão imperceptíveis. São círculos distantes, sem luzes, sem brilho que me deixam completamente tonta e sem forças para carregar a saudade e a distância existentes entre mundos que giram e nunca se encontram.
Texto postado na Casa do Escritor em 11/12/2008, e que mereceu ser re-postado aqui!
Éverton Vidal Azevedo
Sim,
Merece ser repostado Su. Porque escrever os nossos círculos, ainda que fingidamente, escondidamente, como diz o Pessoa, ou às claras mesmo, é uma ótima forma de escapar deles e voltar à linha reta.
E apesar de tudo, círculos sao bons sinais de que se vive a vida de frente.
Abraço!
Vanilla
Que perfeito hein…
Gostei do teu blog!
Vanilla
Já estou seguindo!
Parabéns pelo bom gosto…
Su
É Vidal, essa estranha mania de andar em linha reta, esquecemos que precisamos de círculos… ou melhor, de nos enteder… rs..
Beijos, querido!!
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Obrigada Vanilla, volte sempre que puder!!
Lunna
Bom dia Su, a manhã de hoje está me deixando distraída, ausente e quando li o texto teu fiquei aqui pensando nas voltas que nós mesmos damos. Sim porque sempre falamos das voltas que o mundo dá, mas muitas vezes tenho a sensação de que o mundo não dá volta alguma, fica lá, parado, enquanto nós nos perdemos em passos e tudo mais…
Até por isso acho que as coisas (mundos e pessoas) se tornam distantes e impossíveis acabam sendo os encontros…
Beijos menina
Ps. Acho que delirei, vou culpar a manhã de hoje por isso. rs
Quase Trinta
Su, me vi em suas palavras… vivo na roda gigante de emoções onde a única constante companhia é a solidão
Su
É verdade Lu, eu nunca tinha olhado desse ângulo. Nós damos voltas todos os dias, e o mundo fica ali parado… Gostei dessa teoria.. rsrs..
Beijinhos, querida!!
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Fabi, as nossas emoções giram diariamente!!^^
Beijos, querida
Natália
Suzinha, eu adoro essa música. Enquanto ia lendo teu texto, ia cantarolando aqui pra mim. Sabe que ainda hoje eu me impressiono com a tua capacidade de poetizar qualquer coisa?! Quando eu crescer, quem sabe eu seja assim… 🙂
Um beijo
Su
Eita Nati, rs… eu fiquei até sem graça com esse seu elogio… rs.. me sentir agora, rssrs…
Essa música é linda meesmo!!^^