Nossas Marés em Vidráguas

Depois de alguns longos meses fora do ar, transpor turbulentas tempestades e invernos os quais o tempo passou distante: reapresento a página Nossas Marés. Com ela, volta a ancorar neste cais poet’amigos que, compartilharão versos e sentimentos. Os tripulantes mais antigos já conhecem, mas para aqueles que estão chegando agora, eu vou explicar o que é o Nossas Marés.

Era uma página deste blog onde, todas as sextas-feiras, eu recebia poetas e escritores para expor versos, sentimentos rasgados, poesia e melancolia. Costumo dizer que era um encontro de amigos, de artistas, de pessoas que simplesmente amam (con)Versar, contar, cronicar, fotografar e poemar. São os versos escritos em tantos destinos que unem as vozes numa única poesia: a poesia do encontro. (link do Nossas Marés)

E, a partir de hoje, voltaremos a compartilhar e trocar versos de um poema chamado união.

A convidada desta sexta-feira é a Carmen Silvia Presotto, coordenadora editorial e idealizadora do Vidráguas!

Seja bem-vinda!

Arte: Marci McDonald

Arte: Marci McDonald

O POEMA NU

O
poema
nu

sem
ritmo
nem
sumo

cedeu ao
susto
por
consumo

se fez
sem hora
grave de
espera

varreu
olhares
vestiu
espantos

fez-
se no
pranto

perdeu
sua
esfera

caiu
no face
entre pixels,
mil cores

vestiu-
se em
tempo
ao contra
tempo,

andou

vagou
voltou

refez-
se carne,
com risco
sombra
e roupa
de vento

sentido
farto,
ganhou
espelho
pele
contorno

nexo

e o que era
branco
anexo
di verso
a qualquer
sexo

poemou…

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Poeminha

poemeu…
que dizer
a um eu caído?

não te detenhas
venhas a nós na confusão?

não!

temo perder a lira, só
desconfio da imaginação

portanto, erga-te
te refaz…
presente à mão

diz um verso
bem valente,
entregue a-deus
a solidão.

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O POEMA VESTIDO

O
poema
vestido

de fatos
fotos
afetos

fez-se
moderno

suou a mão
buscou razão

ganhou sentido,
desimaginou-se…

acabou
num livro.

Arte: Marci McDonald

Arte: Marci McDonald

Poemas de Carmen Silvia Presotto.
In: Vidráguas, www.vidraguas.com.br,
poemas em primeira mão. Porto Alegre, 2014.

A Autora:

carmen-silviaCarmen Silvia nome de calendário. Escolha ao acaso, no dia 27 de agosto de 1957, junto a tônicos e elixires, surgiu uma pessoa, uma vida, uma personalidade, uma história… Nome de miss, nome de atriz, nome de gente, simples ou imponente, que, de repente, é única, geminada ou separada, será sempre a filha da Santa, mãe de Carolina e Júlia e, tomara, a amada do Alexandre e de amigos!

Poeta, escritora, psicanalista, professora, coordenadora cultural, autora de Encaixes, Dobras do Tempo, poemas, crônicas, photoPoemas, photoCrônicas publicadas em Vidráguas, entre outras obras literárias, acredita.

 

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Vidráguas nasceu de um poema publicado no livro Dobras do tempo. Desde então só cresceu, passando de blog – voltado à divulgação de poesia – à editora. Sem nunca esconder sua essência: a experimentação da transparência. E, baseada nessa transparência, é que o Vidráguas desenvolve suas atividades há 6 anos em projetos que vão muito além da editoração de poesia.

 

O Vidráguas assume a responsabilidade do desenvolvimento do projeto gráfico e editorial além da finalização do projeto junto à gráfica. Deixando claro, ao longo de todo o processo, que o elemento fundamental para a materialização de todo produto é a transparência. Para o Vidráguas, a obra é do autor. Dessa forma, a figura do editor representa muito mais a antiga função do livreiro, ou seja, um facilitador, um indicador de todo o processo e suas etapas.

Conheça Vidráguas, esse belíssimo versar: (Link)

 

Carmen, muito obrigada! É um prazer para o Entre Marés ter você e o Vidráguas em pareceria!